Li, anos atrás, que o grosso de nossos representantes (deputados e senadores) têm formação jurídica. Simplificando grosseiramente: são advogados.
Em que isso importa? A matéria que li argumentava que o problema de nossas leis não decorre necessariamente do desconhecimento do fundo legal-moral-ético, uma vez que os juristas estariam bem representados nos nossos parlamentos.
O problema seria de outra configuração. Talvez interessasse aos nossos representantes a sensação de estranheza e o caos.
A esse respeito, já ouvi — para meu desgosto, mais de uma vez — a expressão “criar dificuldades para vender facilidades”.
Então assim, nossos parlamentares seriam beneficiários dessa babilonia que é nossa legislação, nosso arcabouço legal, nosso sistema judicial. E posam de “facilitadores” do processo para o povo.
Mas por que todo esse discurso?
Porque me parece que não é só nos parlamentos que a formação jurídica não representa a garantia da aplicação mais racional, lógica e humana das disposições legais.
Sim, juristas são humanos. E podem ser egoístas. Vaidosos. Soberbos.
Ah. Mas já chega (por enquanto).