Fluxograma

Como se faz um fluxograma?

Boa pergunta.

Pois é. A Chefe da Repartição requisitou do grupo de que eu participo a elaboração de um.

A ideia é boa: Fazer com que os documentos — processos inclusive — cheguem ao Centro de decisões já com uma sugestão de decisão, em vez de seguirem direto ao centro de decisões, que os repassaria aos setores “para providências”, e às vezes a setores que não teriam como deliberar sobre o problema posto.

Muito bem. Mas e aí: como se elabora um fluxograma?

Boa pergunta!

Virada

Às vezes eu penso se as mudanças são realmente boas coisas, ou se a vida devia ser aquela previsibilidade.

Sério. Me causa uma angústia a possibilidade de mudanças drásticas. A simples possibilidade de mudanças. Os indícios de mudança iminente me dão cólicas.

Tudo bem, eu já ouvi que os chineses têm o mesmo ideograma para descrever ‘crise’ e ‘oportunidade’.

É, eu mesmo já repeti isso.

Sim, eu desejei mudanças no status quo. E desejo-as ainda.

Mas, caramba! Eu estou ansioso! Tenso!

Até onde?

Médicos boicotando laboratórios que teriam manifestado apoio à Presidenta reeleita.

Médicos, também, sugerindo a castração (em massa) química de nordestinos, e de forma mais abrangente, de eleitores e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores.

Cidadãos que, em nome da democracia, pregam a segregação de indivíduos alegadamente inferiores.

Crimes hediondos sendo perpetrados, às claras, sem que ninguém se insurja contra essa degenerescência.

Estamos bem?

Política — mandatos

Finalmente, passaram as eleições.

E tudo voltou ao seu ritmo, certo?

— Errado!

Agora, querem derrubar o governo eleito pelos cidadãos.

A ‘justificativa’?

— Ora, não valeu! Estamos sob uma ditadura (que, paradoxalmente não reprime as manifestações contrárias, por mais agressivas que sejam). Não deu pra perceber?

Sinceramente, não. Como sou lento!