Esses dias, conversando com minhas irmãs, recordamos de um daqueles casos que até parecem piada.
Minhas irmãs e eu morávamos em um barraco de madeira, sem muro, nos limites do Aureny I e Aureny II (1992-1994).
Certa manhã, eu estava lavando os pratos, e percebi um cachorro ainda filhote, deitado sob o tanque (que, assim como o banheiro, foi construído/instalado fora do barraco), e tentei enxotá-lo dali.
Não que eu me incomodasse com sua presença, mas uma de minhas irmãs tem pavor de cachorros (trauma da infância) e por isso em tentei expulsá-lo dali.
O filhote, que não tinha para onde ir, reagiu, e acabou me mordendo. Coisa pouca, nem chegou a doer. Mas mordeu.
Quando eu contei para as irmãs, elas ficaram preocupadas, e recomendaram que eu tentasse tomar a vacina antirábica.
Na manhã seguinte, me dirigi ao Postinho de Taquaralto — a pé — para tomar a vacina.
Não havia vacina, ou as técnicas não estavam preparadas para cuidar de um caso dessa magnitude. Resistiram a princípio, e depois me encaminharam para uma consulta com um médico.
Na mesma linha das técnicas, o médico falou que a vacina era muito radical, e era melhor eu esperar. Enquanto isso, prestasse atenção no cachorro.
Quando eu falei que era um cachorro de rua, sem dono, me recomendou que cuidasse dele.
Cheguei em casa chateado, e contei essa história às minhas irmãs. Fui motivo de risadas: caramba, o cachorro morde você, e quem merece cuidados é ele!
Tive que rir também.
Ah, o cachorro?
Desapareceu.